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23 de abr. de 2010

SONETO DA INFIDELIDADE

(Grace Kelly e Cary Grant- Ladrão de casaca)

Em nada ao meu amor serei atento,
antes, só por descaso e desencanto
que mesmo seja meu o teu encanto
dele me desencante o pensamento.

Não viverei por ele um só momento
e de tristeza hei de calar meu canto
e cantar de alegria com meu pranto
o seu prazer ou descontentamento.

Tomara esse feliz de quem não ama
talvez a vida, sonho de quem morre
assim mais cedo um dia me procure

e dele eu fale que sequer foi chama
e não sendo infinito a quem socorre
não me seja infinito ainda que dure.


Afonso Estebanez
(Réplica ao ‘Soneto da Fidelidade’
De Vinicius de Moraes)

12 de abr. de 2010

Louvação

(Johan Laurent Zjensen)

És o peregrino que busca minha alma
em tempos turbulentos,
na canção que foge lenta
sobre a brisa mansa da tormenta

Trazes a magia do mundo,
no silêncio intacto
de cada cenário,
louvando a vida
em cada teu poetar

Guardas mistérios
na letargia da qual me infesto
e da certeza que vens
transparente como a vida
onde o amor se eterniza

Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 10/04/10
Código do Texto: T2189091

Ondas do Pensamento


À deriva de pensamentos
acaricio meu coração
ante a imensidão do mar

Lavo a vida nas águas da emoção
entregando ao vento
memórias que perpetuam
dores antigas

O mar em sua volúpia
salpica minha alma
com o sabor de maresia
onde a poesia me encontra
e me acalma.


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 11/04/10
Código do Texto: T2189900

10 de abr. de 2010

MEU REBANHO DE SAUDADE


Que saudade dos sonhos que perdi
do amanhecer do tempo de sonhar
ao termo da paixão que eu não vivi
por ter adiado o tempo para amar.

Que saudade de quando eu padeci
feliz de amargurar-me sem chorar
das feridas do amor que não senti
fingindo que paixão pode esperar.

Devo viver o lado bom do inferno,
talvez o amor não seja tão eterno
como a luz que seduz a claridade.

Eis ninguém pode separar de mim
as memórias que planto no jardim
solar de meu rebanho de saudade.

Afonso Estebanez
(Este poema é dedicado à Comunidade
“Poemas à Flor da Pele” – meu imortal
Planeta de Origem... 17/03/2010)

NA BEIRADA DO JARDIM


O aroma é a parte da alma
da brisa que a chuva deixa
como lembranças da calma
da saudade que se queixa.

Saudades das flores findas
entre as pedras do jardim,
por causa das rosas lindas
que moram dentro de mim.

O orvalho em gotas de luz
é o vinho que excita a flor
como a paixão sem a cruz
em meu calvário sem dor.

Falo que rosas não falam,
mas as minhas falam sim:
o aroma que elas exalam
é o verbo dentro de mim.

Afonso Estebanez

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