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30 de out. de 2009

MEU CORAÇÃO AGRADECE



Continuo aprendendo,
com inefável proveito humano,
as maiores lições da vida: fraternidade,
esperança, solidariedade e amor sem limites.
Devo esse aprendizado aos “deuses paladinos”
de minhas páginas, sem nenhuma exceção, que de meu aniversário ainda se lembram com tamanha generosidade. Hoje me tenho renovado por um batismo de lágrimas de emoção, num dos mais sublimes momentos de minha vida,
convicto de que

SÓ O AMOR VALE A PENA...

Colho de cada mensagem recebida numerosa energia de amor, amizade, carinho, ternura e fé: bênçãos que me solidificam mais o propósito de viver na certeza de que todos vocês me amam com a mesma medida de meu amor por todos vocês.

Aprendi que
nesta vida HÁ SENTIMENTOS ETERNOS que
são atributos do espírito igualmente eterno.
Meu coração continua agradecido à
atitude de suas almas em união
com nossas vidas colocadas
sob a perene proteção
de Deus!

Afonso Estebanez.


Poema escrito em 30/10/2009, data do aniversário do poeta,
em agradecimento, a todos seus amigos(as), pelas homenagens recebidas.

25 de out. de 2009

Forma de luz



A luz quando desvenda a vida
cria formas, alastra quem informa
devora males e cria forma

Verdeja sonhos num mar perdido
tal andarilho esvoaçante
de harmonias raras

Cinge minha calma como carícia,
serena e renovada
encerrando desacertos e desconsolos
pois tudo acaba ao se desprender
nas dúvidas de algumas reticências...


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 25/10/09
Código do Texto: T1886632

SE ESSA RUA FOSSE MINHA...



Se minha rua fosse realmente minha
como minha alma é irreversivelmente
minha, por ela só caminharia alguém
para quem ter a paz de quem caminha
é dádiva de liberdade de quem tem...

Poetas e loucos e bêbados e pássaros têm
o ímpeto incontrolável de cantar também.
Passariam os sonhos dos amantes idosos
e o amor dos mais novos querendo passar
os que seguem do fim e voltam do início
e os que ficam só para não ter que voltar
e os que levam a vida sem ter que querer
e os que nunca terão o dever de explicar.

Os cativos do corpo viciado em ternura
e o êxtase das bailarinas de súbito no ar
e o olhar pueril da solidão das varandas
ancoradas no cais do luar e essa vontade
imensa de partir daqui para poder voltar.

Julis Calderón

NUMA FOLHA DO DIÁRIO



Há sonhos antigos
que habitam meu outro lado
como se a alma de porta aberta
fosse uma casa abandonada
por fantasmas de ancestrais...
... sempre me deixam rosas
desaparecidas entre o legado
dos escombros...

... como se meu coração fosse
aquele velho salão das armas
de um barão que não se sabe
se morreu daquela obscura
sensação de peso do crepúsculo
nos ombros.

Mas chego sempre ao final da rua
(ou do sonho) e percebo que minha
sombra sempre fica para trás
levando minh’alma só...

...e sempre volto e vejo
que lá está minha alma no jardim
com seu infinito olhar de rosas
debruçado na janela da alvorada...

Compreendo então que somos
dois para apenas um sonho só
ou dois sonhos para min’alma só.
Um de mim apenas ressonha
os sonhos que o outro sonha
– como o vento e o pó...

Julis Calderón

20 de out. de 2009

DESPEDIDA



Se tu fores embora
amada,
não me digas nada
para que a saudade
tome o lugar
do susto
de te haver perdido.

Perder é o coração
ferido
saudade
é o coração
doído...

A. Estebanez
(Para Soninha Porto – despedida de
Bento Gonçalves em 11/10/2009)

10 de out. de 2009

PAI NOSSO



- porque há crianças... -

Pai nosso, Pai de toda a criançada,
estás longe no céu, por qual razão?
Te assusta tanta vida aniquilada,
Te agride ver a infância sem ter pão?

Do céu, ouves a mãe desempregada,
que implora por Tua Graça e Compaixão,
pra que a família seja alimentada
e os filhos tenham teto e educação?

Escutas a menina que é estuprada,
gritando de terror, dor, solidão?
E o jovem, cuja vida é ameaçada,
pra que seja, do tráfico, avião?

Tens visto que há criança escravizada
e, por salário, só ganha um tostão?
E aquela, que a chuva deixa assustada,
pois teme vá ao chão seu barracão?

Pai nosso, tanta coisa está errada...
Falta respeito, falta proteção...
Deixa, um pouquinho só, Tua morada,
vem cá, os filhos Teus estão sem chão!

- Patrícia Neme -

Que venham as flores


Flores da vida
onde a luz se deita
mesmo quando a noite cai
e o verde sabor da terra
tem o gosto da espera,
alimentando o milagre da germinação

Em cada esperança fincada
nasce pelos canteiros,
primaveras em tom maior
perpetuando o prazer
e a sobrevivência de sermos tudo
e ao mesmo tempo, nada

Que venham as flores,
cantando a alegria nos campos,
sobre as asas de zéfiros,
reluzentes cascatas
correndo como mel
sobre nossa alma,
a inefável beleza

Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 18/09/09
Código do Texto: T1817061

Do minuto que ficou



Era preciso tocar a terra,
ter a ausência da inútil serventia
para melhor te perceber

Poderia ter escolhido
o abandono do tempo,
a palavra escrita,
ou a imagem do lenço
gravada no silêncio

Mas ficou o abraço
ante céu varrido das essências,
desgarrado pelo frio
sem gesto, sem par,
sob o vazio do ar!


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 19/09/09
Código do Texto: T1818896

Contradições



Meu silêncio é ouvido
quando rasgo a inerte voz
quebrando em estilhaços mudos,
o grito que me impede
desnudar a alma e o coração

És meu cerco de contradições,
o relativo das circunstâncias,
o presente constante
de harmonia e devaneios

Tens a temporalidade
da indiferença cortante,
tal gelo que dilacera a dor
como armadilha iminente,
hipnotizando o som coloquial das palavras

Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 26/09/09
Código do Texto: T1833015

Preciso de mim



Preciso da paz de um céu sem nuvens,
do chegar das ondas aos pés de quem caminha
na busca de um sonho perdido, sem metas

Sentir a vida descansar
ao som da natureza,
onde eu possa ouvir o eco
da saudade no arco-íris

Voar como águia até o mais alto do sentir,
recarregar a alma gasta do incessante clamor,
trocando as vestes das dores, pela leveza das cores

Quero o silêncio do nada aprisionando meus caos,
formando barreiras na solidão estática,
transgredindo no tempo o que não me satisfaz


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 30/09/09
Código do Texto: T1839503

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