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15 de jan. de 2010

A FOTO NA PAREDE



Meu retrato na parede
só traz uma novidade:
o fundo tinto de verde
ficou tinto de saudade.

O olhar pálido de sede
no poço da eternidade
é a luz filtrada na rede
da grade da liberdade.

Uma ruga me comove
de ter restado na vida
do nada que me ficou.

E só o sonho se move
na retina amanhecida
desta foto que restou.

A. Estebanez
(Dedicado com muito carinho
à amiga Lucia Borini Simões)

Um comentário:

  1. É lindíssimo este poema, trouxe uma definição para a magia de velhas fotos.
    um abraço, ótimo fim de semana

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