Idólatra de minha inteligência,
a sós minh’alma hipócrita conspira...
Madrasta da razão sem consistência
de minha primogênita mentira.
Basta rasgar as vestes da aparência
e ver que é resto efêmero o que inspira
meu ser nessa promíscua convivência
do amor que odeia na afeição da ira.
E, traidores de mim, meus inimigos
afagam-me como anjos pervertidos
para render-me a alma bajulada...
Por isso é que essa lida me convém:
de ter a glória de não ser ninguém
e de viver sem precisar de nada...
A. Estebanez
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