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13 de dez. de 2013

COMO ENTRE GIRASSÓIS



Devo morrer de lágrima de encanto
não quando toda dor tenha cessado
mas enquanto for pena todo pranto
e o meu amor um canto inacabado.

A vida às vezes cruza o desencanto
com um sonho por vezes sepultado
mas deste luto é que se faz o canto
depois de tudo pronto e terminado.

Ninguém pode olvidar os pesadelos
razões dos fios brancos dos cabelos
ocultos entre as dobras dos lençóis.

Eis neles vão os sonhos docemente
morrendo como morre o sol poente
no horizonte do olhar dos girassóis.
 
 (Afonso Estebanez)

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