Disse-me a flor
renascida entre os intervalos dos paralelepípedos: “Porque o amor é
misericordioso é que ainda sou uma sobrevivente dos tempos de
felicidade. Um tempo em que o segredo do coração era que nossos
corações nos pertenciam, mas ainda não sabíamos. Um tempo em que o
silêncio de meu pranto me ensinava a escutar os sinos tocarem na
catedral do coração amado. Um tempo em que o amor era o salário que Deus
me pagava em dobro pelo penoso ofício de sonhar. Um tempo em que o
coração falava de sentimentos que somente a alma podia perceber... Como a
ternura que se deita no espírito da paz tal como a ave que se aninha
nos ramos da brisa. Meu coração andava onde andava o coração amado, de
tal sorte que, pulsando juntos, nossos corações entoavam uma canção de
amor inesquecível. Então eu sou uma sobrevivente dos tempos de
felicidade...”.
Afonso Estebanez
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