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9 de ago. de 2009

DO PARNASO PARA MEU PAI



Ah, saudade daquele tempo se envelheço
como a cadeira de balanço ali esquecida
por meu pai com o qual ainda me pareço
nesse cismar de amor e sonho pela vida...

Quando menino ouvia com ditoso apreço
histórias que vovó contava envaidecida...
Hoje sei que mudei! Sentindo reconheço
que saudade parece ausência sem partida...

Cadeira de balanço! Ô, exílio de saudade!
Tu guardas no madeiro minha tenra idade
que os da família o rústico perfil se esvai...

Eu lembro o meu avô e a prole reunida
e pressinto embalar-me na cadeira antiga
o vulto complacente de meu velho pai...

Afonso Estebanez
(A Manoel Stael – meu pai – in memoriam)

Um comentário:

  1. Caro Afonso, há poucos minutos eu procurava uma imagem para um dos meus poemas e quando cliquei na cadeira de balanço, sem que eu tivesse a menor intenção uma nova página se abriu e fui presenteado com seu belíssimo blog. Li rapidamente, mas estou realmente encantado e maravilhado com o pouco que li. Gostaria de lhe agradecer. Parabéns pelo belíssimo trabalho. Tenho muito gosto por poesias e faz uns dois anos que comecei a escrever os pensamentos que brotavam inesperadamente dentro de mim. Assim, comecei escrevendo e continuei até o momento... Tenho quase 90 escritos que carinhosamente denomino poemas, mas nunca alguém que realmente entende de poemas fez alguma avaliação. Estou preparando um blog, que está ainda engatinhando e muito me alegraria se você pudesse correr os olhos nos meus escritos e me ajudasse neste engatinhar que gosto tanto... Parabéns mais uma vez! Segue meu endereço: www.noclaustrodomosteiro.blogspot.com
    Sou monge e padre. Escrevo realmente do claustro do meu mosteiro onde moro há mais de 19 anos. Meus "poemas" são na maioria de uma pessoa apaixonada para um grande amor... Minha paixão é pela vida e a vida é tudo o que tento escrever, mas ainda falta muito, bem o sei...
    Um abraço.
    D. Bento.

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