Tão longo o cancioneiro do riacho
no seu destino de cantar tão vago
sob o crepúsculo no vasto abraço
da mortalha da noite sobre o lago.
Entre os lençóis da lua no terraço
jaz o tédio da alcova sem o afago
da pastora por quem é o cansaço
da solidão de tudo onde naufrago.
Separando a alegria das tristezas
atiro-me nas minhas profundezas
e vou morar na estrela da manhã.
O riacho se vai, e eu permaneço.
E no espaço de mim eu anoiteço
nessa espera infinita do amanhã.
Afonso Estebanez Stael
jaz o tédio da alcova sem o afago
da pastora por quem é o cansaço
da solidão de tudo onde naufrago.
Separando a alegria das tristezas
atiro-me nas minhas profundezas
e vou morar na estrela da manhã.
O riacho se vai, e eu permaneço.
E no espaço de mim eu anoiteço
nessa espera infinita do amanhã.
Afonso Estebanez Stael